França e Inglaterra se destacaram na década de 60 por marcantes estratégias de organização do território regional de suas capitais, Paris e Londres. Em Paris, frente a uma grande onda emigratória, foi elaborado um plano para ocupação da Île-de-France’, onde para pequenas cidades foram feitos planos de expansão urbana integrados a uma estrutura de espaços verdes e de transporte, interligando a capital a elas. O objetivo era preencher os ‘vazios urbanos’ existentes, com as cidades de Cergy-Pontoise, Rungis, etc.
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Já na Inglaterra, ao contrário, para conter o crescimento da capital, foi criado um anel verde de produção agrícola ao redor da Grande Londres, para que ela não se expandisse além, e novas cidades fossem criadas. É nesse contexto que surgiu a cidade de Milton Keynes.
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Realizado na década de 70, o Masterplan de Milton Keynes consistia não em um desenho fechado a ser seguido, mas sim em um plano estratégico com flexibilidade considerável, para responder às novas demandas e necessidades. Assim, uma série de Planos Estratégicos atualizaram o Masterplan ao longo dos anos, realizando mudanças sem alterar seu conceito e princípios estruturadores.
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O primeiro princípio estruturador foi a criação de uma malha de vias principais junto a uma ocupação do solo dispersa, ou seja, um grid de macrovias que dão acesso direto a uma mistura de usos espalhados pela cidade, o que equilibra a distribuição do tráfego. Em contrapartida, foi criado o Milton Keynes Central, uma zona central na qual se localizam alguns usos específicos como um grande shopping e atividades culturais e de lazer.
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A dispersão proposta também diz respeito às habitações: foram localizadas juntas diferentes tipologias e preços de habitação, oferecendo mais opções de escolha para os moradores, em bairros abertos e integrados à cidade. Outros princípios adotados foram a criação de parques lineares e de uma rede de vias de pedestres. Na intersecção das vias principais com as vias de pedestre, foram propostos também os ‘Centros de Atividades’, onde estão os principais equipamentos sociais, como escolas, pontos de ônibus, etc.
Referência: Livros “La Charte de L’ile-de-France” e “The Milton Keynes Planning Manual”.